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BASTA DE IMPORTAR LIXO RECICLADO.

Recentemente recebi via WhatsApp, uma mensagem altamente preocupante, onde dizia comentava que o Brasil importou em 2024, 28.000 toneladas de “lixo reciclável, com predominância de vidros, papelão, plásticos e alumínio.

Num primeiro momento, não dei a devida atenção, pois estávamos numa correria de fechamento de ano. Agora ao reler aquela mensagem, com mais atenção, iniciou-me internamente uma revolta, de como nós brasileiros, somos passivos à determinadas operações, principalmente às de cunho ambiental, e no caso também social e econômico.

Uma das justificativas da notícia, é a que estava faltando para a indústria recicladora a disponibilidade destes materiais para suas demandas operacionais, e, portanto,foram obrigadas a “importar lixo”. Sim disse “lixo”, pois seguramente um alto percentual destas importações, foram de resíduos não reciclados e consequentemente destinados para aterros sanitários; ou pior ainda em lixões. Tudo errado, pois se são originários de industrias recicladoras e portanto, mesmo classificados como inertes, estes deveriam ser destinados no âmbito dos resíduos industrias e não na cadeia domiciliar.

Porem vamos nos aprofundar em outro aspecto, que são os sociais-econômicos: As últimas informações nos levam a contabilizar que já são mais de 1 milhão de brasileiros que atuam na atividade de reciclagem, desde os catadores em lixões, os carrinheiros, chegando até os agrupados em cooperativas, atores principais desta atividade, seguramente os prejudicados nesta importação.

Em todos os momentos quando nos reunimos com estes profissionais, há um sentimento de todos, do orgulho em serem os agentes ambientais que movimentam a reciclagem (baixíssima) neste país.

Invariavelmente todos apresentam inúmeros problemas, principalmente os econômicos, onde os preços na ponta inicial são baixos, e principalmente no interior do Brasil,sendo penalizados pelos atravessadores”, que se aproveitam de suas fragilidades de comercialização e reduzem enormemente os preços lá praticados.

Voltando a importação, é fácil deduzirmos que a importação, destes resíduos inertes não colidem com a Convenção da Basiléia no que se refere a transferência de resíduos entre países; entretanto fica muito claro, que estas indústrias importadoras (recicladoras) deveriam estar mais preocupados em ampliar a reciclagem nacional, melhorando seus negócios, bem como principalmente o nosso meio ambiente.

Segundo dados do governo federal, as 28 milhões detoneladas importadas, movimentaram mais de 100 milhõesde reais, verba esta que sem dúvida alguma se interiorizada aqui no Brasil iria aumentar os níveis de reciclabilidade e reduzindo os problemas sociais que temos.

Portanto, segue no brado de alerta: “BASTA DE IMPORTAR LIXO”. Nosso integral apoio ao projeto aprovado na Câmara Federal proibindo esta importação, e agora dependendo exclusivamente do Senado. Vamos olhar com mais carinho para esta população de trabalhadores da reciclagem.

 

João Gianesi Netto

Presidente

Instituto Valoriza Resíduos by ablp.

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