Sem aterros sanitários não há futuro
Engenheiro, consultor do Banco Mundial, atua na área de meio ambiente há 35 anos
Parece uma afirmação antiga, mas sempre muito atual para pensarmos: aterro sanitário não é lixão.
Isso ficou ainda mais evidente a partir da recente decisão do STF de considerar que aterros sanitários já instalados ou em fase de instalação ou ampliação localizados em áreas de preservação permanente (APPs) poderão funcionar normalmente até o fim de sua vida útil.
A decisão é estratégica para o futuro, o desenvolvimento e a segurança ambiental do Brasil, nas mais diversas abordagens. Sua antítese significaria inviabilizar a continuidade de cerca de 419 aterros sanitários já instalados (que recebem e tratam cerca de 33 milhões de toneladas de lixo produzidos a cada ano, 43% de todos os resíduos gerados no Brasil, por mais de 90 milhões de pessoas).
O STF e seus ministros reconheceram esse papel fundamental e ainda o esclareceram, como mostra a fala do ministro Luiz Fux: “Decorreria de enorme impacto, quando se falou em gestão de resíduos, confundir aterro sanitário com lixão”. Esse é o fato, essa é a realidade para cuidarmos do futuro de nossa maior riqueza que é o meio ambiente.
E apenas os aterros sanitários se constituem obras e soluções complexas de engenharia, construídos justamente para garantir a proteção integral de todos os aspectos ambientais a serem preservados.
Já temos segurança jurídica, conquistada em um debate de mais de seis anos. Que venham os investimentos, as políticas públicas e a conscientização de que não existe equilíbrio ambiental e social sem apoio ao pleno desenvolvimento aos aterros sanitários.
Que as cenas tristes fiquem no passado.